quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

QUEM É JESUS?

O escritor inglês C. S. Lewis, autor das Crônicas de Nárnia, disse que as únicas opções quanto a uma definição da pessoa de Jesus são: Louco, Mentiroso ou Deus (como Ele próprio afirmava ser). Tal assertiva pode parecer chocante, mas se Jesus disse ser algo que ele realmente não era, então não adianta tentarmos ser condescendentes com Ele e com seus seguidores, negando a realidade: ele era mesmo louco ou, pior que isso, um mentiroso descarado.

No entanto, como é evidente, quase todos demonstram concordar que Jesus jamais apresentou sintomas de insanidade mental (ainda que seus próprios irmãos tivessem esta opinião a princípio) e sua vida também, em momento algum, apresentou sinais de desonestidade ou corrupção (se fosse este o caso, os seus incansáveis inimigos o teriam pego sem demora e a história seria bem outra).

O problema maior vem do modo como as pessoas reagem às reivindicações do morador da desprezada cidade de Nazaré. Na verdade, a maioria não presta e não parece querer prestar atenção devida àquilo que Jesus disse de si próprio ou, mesmo, àquilo que seus seguidores continuaram a afirmar. É comum se dizer que ele era um grande mestre ou guru, um filósofo dos mais profundos, um grande profeta (quem sabe, o maior) ou, como diz o título de um livro, “o maior psicólogo que já existiu”, dentre outros epítetos que pretendem reconhecer algo sobre Ele. Mas tais títulos não são suficientes para sustentar aquilo que o Cristo falou sobre sua própria pessoa

Certo dia, reunido com seus discípulos, Jesus lhes perguntou: “Quem diz o povo ser o filho do homem”; eles responderam: “uns dizem Elias, outros, o profeta,...mas vós, perguntou o Senhor, quem dizeis que eu sou?” De igual forma, Jesus continua nos chamando não para sermos porta-vozes dos filósofos, dos cientistas ou, mesmo, dos religiosos, mas para, especialmente, reconhecermos por nós mesmos quem Ele realmente é.

Percebe-se que muitas pessoas rejeitam Jesus não por não crerem nele, no sentido de acreditar quem Ele realmente é, mas o rejeitam por causa da indisposição em se submeter às suas condições; além de tantos outros que dizem segui-lo, mas que nem de perto demonstram fazer aquilo que Ele fez e ensinou.

É muito mais fácil acreditar num “Deus Papai Noel” ou num “Deus vovô” que não parece estar muito preocupado com o comportamento de seus “netinhos” e sempre está disposto a presenteá-los sem ao menos lembrá-los de suas peripécias.

Infelizmente, muitas igrejas de nossos dias, conhecidas como evangélicas, tem feito muito mal àqueles que se interessam por Jesus, passando para as pessoas algo que não combina com o que Jesus falou de si mesmo e do seu povo; muitos têm feito promessas que Jesus nunca fez ou faria, tipo dizer que se você seguí-lo, suas doenças serão curadas, seus problemas financeiros, familiares e emocionais serão solucionados e há, até, quem prometa que você poderá trocar de carro todo ano, dentre outras.

Nesses dias em que comemoramos o nascimento de Jesus, mesmo que na maioria dos lugares surpreendentemente quase não se fale do aniversariante mais importante da história, fundamentados naquilo que o próprio Jesus falou de si mesmo, é essencial que tenhamos uma compreensão apropriada daquele que disse: “Quem vê a mim, vê o Pai” e também foi dito sobre sua pessoa: “Ele é a expressão exata do ser de Deus e sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder.”

Um dos nomes dados a Jesus na Bíblia resume muito bem aquilo que Ele realmente foi e ainda é, e também a diferença que pode fazer na minha vida e na sua. O nome foi anunciado pelo profeta Isaías 600 anos antes do nascimento, que quando ocorreu fez com que o evangelista Mateus se lembrasse da profecia e dissesse: “Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).”

Ele é o Deus conosco porque sendo o único Filho do Deus eterno é igual ao próprio Deus, mas tendo assumido uma natureza humana é também igual a qualquer um de nós.

Ele é o Deus conosco porque, mesmo não tendo pecado algum, tomou sobre si os nossos pecados e todas as suas consequências às quais fomos sujeitados por termos em nós o “pecado original”.

Ele é o Deus conosco porque veio das alturas, desceu dos mais altos céus, mas não mediu esforços para chegar às angústias mais profundas que qualquer um possa experimentar: nasceu da forma mais humilhante possível, foi traído e negado pelos seus melhores amigos, condenado injustamente pelo tribunal mais correto da época e também sofreu a morte mais cruel e dolorida conhecida naqueles dias.

Ele é o Deus conosco também porque, mesmo sendo o próprio Eterno que adentrou o tempo, planejou ter conosco a mais profunda intimidade, daí nos chamar a lhe dar o seu coração e, como Abraão, andar em sua presença e ser seu amigo.

Ele é o Deus conosco porque conquanto seja o soberano dos reis da terra e Senhor de tudo e de todos, preferiu chamar os seus discípulos de amigos, já que tinha se dado a conhecer a eles de uma forma especial.

Ele é o Deus conosco porque veio para que nós nunca mais ficássemos sozinhos, sem Deus no mundo e, a partir de um certo Dia, num futuro certo, estejamos para sempre com Ele e Ele conosco.

Finalmente, Ele é o Deus conosco porque é o único mediador entre Deus e os homens e todos quantos, realmente, crerem e se entregarem a Ele podem experimentar, nas palavras do próprio Mestre, VIDA ABUNDANTE, que significa uma existência tão cheia da graça e da bênção de Deus que transborda para aqueles que estão ao redor.

Rev. Djaik Souza Neves
Pastor da 2ª Igreja Presbiteriana de B. do Garças
Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie

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